sábado, novembro 30, 2013

Lisboa - cidade das Sete Colinas

 Viver a moda Lusitana - continuação...

As sete Colinas
A idéia destas presumíveis sete colinas poderia vir dos Romanos, que viam em Felicitas Julia ou Olisipo uma estrutura geográfica semelhante à da capital do império Romano. A lenda refere que Roma, quando foi fundada, era rodeada por Sete Colinas, a saber: Campidoglio, Quirinale, Viminale, Esquilino, Celio, Aventino e Palatino.
Mas independentemente desta proveniência lendária popular foi Frei Nicolau de Oliveira empenhado em arranjar um paralelo apressado com a cidade de Roma que as referiu pela primeira vez no século XVII. Com o crescimento urbano, estendeu-se a outras elevações e, no século XVI, Damião de Góis já a descrevia espalhada por cinco colinas: Esperança, São Roque, Sant'Ana, Senhora do Monte (ou Santa Catarina do Monte Sínai) e Castelo (ou São Jorge). Hoje naturalmente que a cidade ocupa muitas mais e nem aquelas na altura eram bem sete, por exemplo, a colina da Graça foi esquecida por Frei Nicolau, uma vez que chegando a Lisboa pelo mar, é encoberta pela do Castelo, com essa daria oito colinas mas a mesma impossibilitava a imitação ou a similaridade com Roma e era mais conveniente imitá-la.
Outro facto é que as Colinas de Santa Catarina do Monte Sinai e Chagas, até 1597, tratava-se de apenas um monte, o chamado Pico de Belveder, que até tinha uma célebre povoação, que mais tarde foi inserida na malha urbana de Lisboa, mas nesse ano verificou-se uma derrocada de terras devido ao terramoto desse ano, que cavou a depressão e onde hoje se estende o Elevador da Bica, dando origem no vale à urbanização da Bica, criando-se assim as duas colinas atuais. Sem este acidente, vinte e três anos depois Frei Nicolau teria tido algumas dificuldades em encontrar sete colinas visíveis do estuário do rio Tejo.


Definindo as Colinas
Colina de São Jorge, também chamada do Castelo, é a colina mais alta das sete (na realidade é a colina da Graça que é contínua a esta que é a mais alta colina de Lisboa, mas foi como vimos esquecida pelo autor desta lenda) e é onde fica o atual Castelo de São Jorge e onde se pensa que apareceu o primeiro povoado que deu origem a Lisboa, nesta colina e por baixo do Castelo apareceram vestígios doOppidum Romano (sendo por esse motivo a parte central do antigo municipium Romano), sabe-se que o alcácer árabe estava aí instalado e foi aí que se construiu o castelo do tempo da Reconquista que ainda hoje existe. A sua área geográfica abrange atualmente os bairros da Mouraria, do Castelo e parte do de Alfama (sudeste).
Colina de São Vicente onde fica o atual Bairro de Alfama e o Convento de São Vicente de Fora.
Colina de Sant'Ana, onde ficava o Mosteiro das freiras Dominicanas de Nossa Senhora da Anunciada, o nome destas passou ao local e à rua que junto dele seguia estas instalaram-se no local em 1539depois dos frades Agostinhos o cederem por troca às freiras que se transferiram para este local da sua primitiva fundação na Costa do Castelo, local onde agora fica o Largo da Anunciada, mesmo no topo da colina. Esta Colina localiza-se a Oeste do Castelo de São Jorge, tendo constituído um esporão entre a Ribeira de Valverde a poente e a Ribeira de Arroios a nascente, que na sua confluência o delimitavam a sul, equivalendo grosso modo à área atualmente definida pela Rua de São José/Rua das Portas de Santo Antão, Rua da Palma/Largo do Martim Moniz e Praça da Figueira.
Colina de Santo André, conta-se que D. Afonso Henriques aproveitando as qualidades estratégicas da região e aqui instalou, em 1147, as suas tropas para atacarem a cidade, com o terramoto de 1551que fez sair muitos moradores da cidade antiga estes escolheram as colinas da Graça e de Santo André por serem muito altas (na realidade os fatos também se referem à colina da Graça que é continua a esta), e na altura menos ocupadas e de "melhores ares", assim, famílias nobres instalam-se na região e adquiram quintas onde construíram casas de campo, mais tarde essas casas dão lugar a grandes palácios que se localizam sobretudo ao longo das calçadas da Graça e Santo André e ainda no Largo da Graça.
Colina das Chagas cujo nome é atribuído por causa da Igreja que nele edificaram os marinheiros da rota da Índia em louvor às Chagas de Cristo, corresponde atualmente à área que se situa o Largo do Carmo e área envolvente.
Colina de Santa Catarina que vai atualmente do Largo Camões até à Calçada do Combro.
Colina de São Roque também confundida por uns como a colina de São Pedro de Alcântara que nunca existiu pois essa designação é de uma Rua e de um Jardim com um nome bem recente, na mesma situa-se o Miradouro de São Pedro de Alcântara, fonte talvez da confusão, nesta está situada atualmente o Bairro Alto.


E com tantas colinas temos pontos “escondidos” privilegiados de observação da cidade, que aqui chamam-se MIRADOUROS. Selecionei os 12 mais espetaculares, na minha opinião ;) Mas atenção!!!! Quando estiver em Lisboa ande com os olhos bem abertos, pois há sempre surpresas no caminho... Quando menos se espera do alto de uma viela vê se o majestoso Rio Tejo.

Portas do Sol
Situado perto do castelo, este terraço oferece as melhores vistas dignas de um postal ilustrado de Lisboa. 
Também tiram-se daqui as melhores fotografias, vendo-se o rio e as cúpulas e telhados do bairro mais antigo da cidade.

Graça
Este parece ser o miradouro preferido dos artistas que pintam a cidade. 
Com um quiosque e vista para o castelo, é também um ponto de encontro, misturando lisboetas e turistas.

São Pedro de Alcântara
Este jardim no topo de uma colina virada para a do castelo permite admirar toda a Baixa até ao rio. 
É também um dos locais mais românticos da cidade.

Parque Eduardo VII
A Baixa construída entre duas colinas pode ser admirada do topo deste parque que parece descer até ao rio. Com vista do castelo e do Tejo, é um local perfeito para fotografias.

Senhora do Monte
Daqui tem-se um panorama de toda a cidade, mas parece ser um local ainda pouco conhecido. A única companhia que se costuma ter aqui é a de um ou dois casais de namorados.

Elevador de Santa Justa
Do topo deste monumento tem-se uma vista espetacular do centro da cidade. Ninguém que visita Lisboa deve deixar de passar por aqui, a não ser aqueles que sofrem de vertigens, pois aqui tem-se a sensação de estar a flutuar sobre a cidade.

Santa Catarina
O porto de Lisboa e a Ponte 25 de Abril são vistos desde este terraço, onde se pode fazer uma pausa e observar os cruzeiros a passar.

Mosteiro de São Vicente de Fora
Muita gente desconhece que do topo deste mosteiro tem-se uma vista fantástica de Lisboa. O Panteão Nacional encontra-se logo ao lado, e pode admirar-se também todo o bairro de Alfama e a Ponte 25 de Abril.

Padrão dos Descobrimentos
Os principais monumentos de Lisboa podem ser admirados do topo deste, situado no local de onde partiu Vasco da Gama para a sua viagem até à Índia. 
Olhe para baixo e veja os turistas a caminhar sobre o mundo (um mapa ilustrado no chão que mostra as rotas dos descobridores portugueses).

Santa Luzia
O mar de telhas de Alfama descendo até ao rio é o que se vê deste terraço encantador, sempre cheio de turistas a fotografar.

Castelo de São Jorge
O Castelo de São Jorge oferece uma vista privilegiada e muito completa da cidade. Deslizando os olhos pela Costa do Castelo, passamos pelos telhados da Mouraria até ao Martim Moniz. A contemplação pode prosseguir pela colina de Santana, pela Baixa e subir a São Roque, onde espreitam as ruínas do Convento do Carmo e o arvoredo do miradouro fronteiro de São Pedro de Alcântara. Percorrendo os telhados e as ruas estreitas e sinuosas de Alfama, passando pela Sé, os olhos avançam em direção ao rio Tejo. Para Norte, avistamos as novas áreas da cidade, com avenidas largas e prédios de construção mais recente.

Mercado Chão de Loureiro

O miradouro localiza-se no antigo Mercado do Chão Loureiro que foi recentemente recuperado num moderno parque de estacionamento. A cobertura oferece a todos os visitantes uma das melhores vistas sobre a baixa pombalina. É possível subir no elevador ou pelas escadas que o envolvem. Um ótimo local de passagem na caminhada pelo bairro da colina do Castelo.



Bom fim de semana!
E eu por cá continuo nas descobertas...
semana que vem tem mais postagem.
Beijos para os de cá e os de lá :)



quarta-feira, novembro 27, 2013

Viver a moda lusitana!

Viver a moda Lusitana




Sou filha de portugueses, meu pai era Açoreano e minha mãe é Transmontana. Essa talvez seja a frase que mais repeti nestes últimos anos, desde que me mudei pra Portugal! É engraçado como sempre é preciso justificar a mudança pra Portugal, como se aqui não houvessem encantos, e que a propósito são muitos mais doque aqueles que eu pensava conhecer! Bem vamos lá ver se consigo organizar essa minha cabeça e contar um pouco de como tudo começou e a cada dia mais me apaixono por Portugal, sua gente, sua cultura, gastronomia, vinhos, cores e cheiros. Agora você deve estar se perguntando, tudo né? Sim tudo! Portugal tem uma magia única e não só por eu estar ligada a terra com minhas raízes, pois cada vez mais vejo pessoas do mundo inteiro a  cair de amores por Portugal.  Portugal acolhe muito bem todos que por cá passam e ficam.  Vim por alguns motivos e a verdade é que os motivos mudaram mas a vontade de ficar só aumenta. Então foi assim...
Desde de muito pequena que vinha sempre com meus pais passar férias em Portugal, mesmo porque tinha meus avós maternos aqui e vinhamos visitar os velhinhos com frequência, numa aldeia chamada Urros, lá os meus avós trabalhavam na terra plantando oliveiras e amendoeiras..., detalhes a parte senão isso vira um livro. Criei vínculos de afeto com essa terra desde muito cedo e tinham sempre visitas a várias cidades, museus, monumentos e história, pois meus pais sendo imigrantes no Brasil tinham orgulho da sua terra mãe e passavam-nos esse encantamento e amor por Portugal. Cresci e fiz a minha vida no Brasil mas sempre com o sentido de me mudar pra Portugal! Quando derrepente me encho de coragem, faço malas, arrumo a bagagem e venho com tudo, venho no impeto de viver um grande amor!!! Venho com tudo no sentido de vir sem medo, sem olhar pra trás na certeza que seria feliz aqui, mesmo contrariando várias opiniões, afinal já conhecia Portugal e a sua gente. Preciso vos confessar uma coisa, não conhecia nada! Tive várias surpresas desagradáveis, como por exemplo a confiança que já havia nos amigos de cá de longa data e em algumas pessoas que tem o péssimo mau gosto de ter preconceito, sim preconceito contra os brasileiros, mas esses detalhes foram pequenos, foram como pequenas pedras que me deparei na jornada de boas surpresas que fiz e continuo a fazer a cada dia que acordo aqui!  Construí uma vida feliz cercada de novos e bons amigos que me protegem  e me ajudam a seguir longe da família que tanto amo. Ah! Sim nem tudo são flores, há dias que queria apenas sentir o cheirinho dos meus sobrinhos e da casa da minha mãe. E que infelizmente mesmo com toda a tecnologia de skypes, vibers, facetime, whatsapp ainda não é possível sentir cheiros e nem o toque da pele.  Há também os meus queridos irmãos, cunhada e amigos que estão longe de mim, mas vamos nos falando e nos vendo sempre que possível. Como brasileira também foi bom ver o meu país de fora e aprender a valorizar muitas coisas que quando estamos ai sentados em berço esplendido nem nos damos conta da grandiosidade da nossa terra e do nosso povo! SOU BRASILEIRA SIM E ME ORGULHO MUITO DISSO... Mas também sou Portuguesa, afinal  tenho passaporte e cartão do cidadão. Mas não são esses documentos que me fazem portuguesa, o que me faz ser portuguesa é o amor que tenho por essa terra. É a alegria de estar aqui e aprender a cada dia uma coisa nova. A mudanças das estações aqui são mesmo sentidas e demarcadas. As cores mudam com as estações e com elas mudam também os cheiros e minha alergia, pois é descobri que sou alérgica a muitos polens.

Aqui quando se encontra com alguém e falamos o tipico "Olá Como Vai?", muitas vezes escuto a resposta com um triste tom-  "Ah! Olha vai se andando". Alguns dizem que é caracteristica do povo português ser triste e deprimido, coisa que não concordo nem um pouco. E há outros que dizem que é pra não se invejar a vida alheia! 
Singularidades da minha gente de cá!

Ah! Aqui nem pense em dar parabéns ou festejar antes da data do aniversário...
É quase uma ofensa e desejo de mau presságio
Singularidades da minha gente de cá!

Tenho um amigo que diz que o povo que era otimista aqui em Portugal cruzou o oceano com D.João e foi pro Brasil e os pessimistas ficaram aqui no cais a pensar "malucos uma viagem tao grande e o que será que vamos encontrar lá na outra banda?"
Índios....
Singularidades da minha gente de cá!

Deixa lá disso, o povo português ama festa e beber um copo! Celebrar a vida e a sua cultura, é raro um fim de semana sem festa em alguma terra por esse país.
Povo animado, festeiro que adora dançar e cantar, e não apenas cantar o Fado, ui onde fui agora? Ao Fado história de um povo...



fado é um estilo musical português. Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) e acompanhado por guitarra clássica(nos meios fadistas denominadaviola) e guitarra portuguesa. O fado foi elevado à categoria de Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO


Dei inicio a uma nova vida e nesta vida inclui estudos na minha área de atuação, e descubro que a língua portuguesa é difícil. Como a lógica lusitana as vezes não faz sentido ao nosso português despachado, objetivo e direto! Costumo dizer que aqui não falamos a mesma língua J

Alguns ditados populares de cá!


" Apanha-se mais depressa um mentiroso, do que um coxo. "

" Deus da a chaga, mas também da a mezinha. "

" Gato escondido, com o rabo de fora. "

" Quem nasceu para lagartixa, nunca chega a jacaré. "

" Não faças aos outros, o que não gostarias que te fizessem a ti. "

" A ganhar se perde, e a perder se ganha. "

" A mulher, sem por o pé, faz pegada. "

" A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima. "

" Amigo disfarçado, inimigo dobrado. "

" Burro velho não toma andadura, e se a toma, pouco dura. "

" Como fizeres, assim acharas. "

" Contra fatos, não há argumentos. "

" Quando é de morte o mal, não há médico para curar tal. "

" Quem abana, nem sempre cai. "

“Bem mal ceia quem come de mão alheia.”
 
“Não gozes com o mal do teu vizinho, porque o teu vem a caminho.”
 
“Assim como vive o Rei, vivem os vassalos.”


Já perceberam o turbilhão que anda a minha cabeça! Demorei tanto pra começar a escrever que agora surge tudo ao mesmo tempo, mas com calam e sem muitas criticas chegamos lá e consigo contar tudinho pra vocês!

O que eu quero com isso tudo é dividir com vocês um pouco das descobertas que fiz  e ainda faço em Portugal ao longo  desdes anos! Quem me conhece sabe que sou um pouco atrapalhada e quero falar tudo ao mesmo, então perdão se me enrolar aqui um pouco e meter os pés pelas mãos. Mas o que importa mesmo é dar a conhecer aos meus amigos o País que estou vivendo e amando descobrir, cada esquina, cada segredo, cada sabor e cor.

Vou começar por Lisboa, pois tenho muita coisa pra mostrar e dividir com vocês, mesmo sendo um país pequenino tem muito que se lhe diga!

Um pouco da história de Lisboa





Segundo a lenda, Lisboa foi fundada por Ulisses. O nome deriva de "Olissipo", palavra que, por sua vez, tem a sua origem nas palavras fenícias "Allis Ubbo', que significam "porto encantador".
O mais provável é Lisboa ter sido fundada pelos Fenícios e construída ao estilo mourisco, bem patente nas fortes influências árabes. Aliás, a cidade foi controlada pelos Mouros durante 450 anos. No século XII, os Cristãos reconquistaram Lisboa, embora só em meados do século XIII é que esta se tornou a capital do país.
No início da Época dos Descobrimentos, Lisboa enriqueceu ao tornar-se um importante centro para o comércio de jóias e especiarias.
Porém, o grande passo em frente da expansão portuguesa chegou em 1498, quando Vasco da Gama descobriu o Caminho Marítimo para a Índia. Foi esse efectivamente o começo da Época de Ouro da cidade, caracterizada pelo estilo Manuelino na arquitectura, nome que advém do monarca da época, D. Manuel I, e que se caracteriza tipicamente pela utilização de motivos marítimos na sua decoração. Ao longo dos séculos, Lisboa cresceu e foi mudando naturalmente. Mais tarde, quando o centro da cidade foi destruído quase por completo pelo Terramoto de 1755, foi o Marquês de Pombal que se encarregou da sua reconstrução, criando assim a chamada Baixa Pombalina, uma área comercial que ainda hoje mantém a maior parte da sua traça original.
Lisboa é uma capital histórica, um potpourri com um carácter e um encanto fora do comum, onde 800 anos de influências culturais diversificadas se misturam com as mais modernas tendências e estilos de vida, criando contrastes verdadeiramente espectaculares.

Centro Histórico um tour geral!
Situados na sua maior parte no centro de Lisboa, os bairros históricos são destino obrigatório para quem se desloque à capital de Portugal. Pela cultura, pela história, pela arquitectura, pelas pessoas ou simplesmente para passear descontraidamente, é imperativo descobri-los. Fazendo parte estrutural da identidade lisboeta, estes bairros proporcionam, a quem os descobre, traçar um verdadeiro mapa pessoal. As possibilidades são imensas. Não as deixe passar ao lado.

O Bairro Alto é um dos bairros mais paradigmáticos e atraentes para viver a cidade. Típico e popular, o Bairro Alto possui imensos rasgos de modernidade, com lojas de roupa e de design e bares, muito bares. O encontro de pessoas, num ambiente ecléctico e multicultural, é uma das boas razões para passear pelo bairro. Calcá-lo, descobrir todas as ruas, as ruelas e os becos, é imprescindível. Bons restaurantes lado a lado com livrarias intimistas, em que sempre acontecem coisas, casas de chá emparelhadas com lojas de design e lojas de roupa de alguns dos mais conceituados artistas portugueses. É um bairro apaixonante, cheio de atracções, combinando arrojo e sofisticação com tradição e antiguidade. Passear no Bairro Alto é um acto irrepetível em qualquer outro ponto da cidade.

Depois do Bairro Alto, desça pelo Chiado, onde encontrará um ambiente ainda mais sofisticado. Ponto de encontro de jovens, artistas e intelectuais, o Chiado é a zona dos cafés emblemáticos, como “A Brasileira”, das escolas de arte, dos teatros e da história viva. Para além da beleza do local, são as pessoas que o fazem, com a sua actividade e atitude positiva.

A zona do Carmo, vizinha do Chiado, tem alguns pontos fascinantes da história da cidade, como o Convento e a Igreja do Carmo, que mantém a elegância e a imponência. Aí poderá visitar as ruínas, mas também o Museu Arqueológico do Carmo, que inclui um espólio de peças pré-históricas, romanas, medievais, manuelinas, renascentistas e barrocas. O Largo do Carmo é também um local emblemático da história nacional recente, tendo sido palco privilegiado da revolução dos cravos, em 25 de Abril de 1974.

A ligação entre o Carmo e a Baixa é feita através de outro monumento fundamental da cidade, o irresistível Elevador de Santa Justa. No topo deparamo-nos com uma belíssima vista sobre a Baixa Pombalina. Não perca a oportunidade de descer ou subir por este elevador centenário, o único elevador vertical que presta um serviço público e que foi concebido por um discípulo de Gustave Eiffel, mantendo por isso um estilo arquitectónico peculiar.

Já na Baixa, por tradição o centro comercial da cidade, encontrará um forte pólo de concentração de lojas e um local único para passear. Um acolhimento personalizado torna as compras ainda mais prazenteiras. A Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina, unindo o Terreiro do Paço, aberto para o rio e símbolo de poder, à belíssima Praça do Rossio (D. Pedro IV).

Acima do Rossio, descubra a Avenida da Liberdade. Um passeio naquela que já foi, em pleno século XIX, o “Passeio Público” da cidade e onde as elites se juntavam para caminhar diletantemente. Hoje, encontram-se na Avenida as lojas de grandes marcas, onde se realizam as compras mais cosmopolitas e mais internacionais da cidade.

Se foi no Castelo que tudo começou, a história encontra-se em toda a cidade. Com mil anos de história, Lisboa está repleta de monumentos de grande importância, que traduzem alguns dos momentos mais fundamentais da história nacional. Capital de Império, Lisboa teve o seu expoente máximo de riqueza na época dos Descobrimentos, assegurando um património único de uma beleza rara.

Bem perto do Castelo, na Graça, encontra-se a Igreja e Mosteiro de S.Vicente de Fora, um dos mais imponentes e notáveis monumentos religiosos da cidade. Construído logo a seguir à conquista da cidade aos mouros, foi o resultado de um voto do rei D.Afonso Henriques a S.Vicente durante o cerco à cidade em 1147. 

Bem perto, podemos dar de caras, se for terça-feira ou sábado, como uma das mais populares e concorridas feiras da cidade, a Feira da Ladra. Com tudo e mais alguma coisa, descobrem-se as coisas mais inúteis e velhas, mas a maior parte das vezes irresistíveis, assim como antiguidades preciosas. É um verdadeiro passeio cultural.

Descendo até Santa Apolónia e percorrendo essa zona ribeirinha, encontramos um original edifício, a Casa dos Bicos (século XVI). Os tais bicos que lhe dão o nome vêm da sua fachada talhada em ponta de diamante. À peculiaridade estética do edifício, com influências italianas aliadas a elementos de estilo manuelino, junta se a importância histórica de ter pertencido a Afonso de Albuquerque, vice-rei da Índia, e por terem sido encontrados vestígios arqueológicos romanos.





Vamos a isso, vou começar pelos museus e palácios que me impressionam pela quantidade e qualidade!
E claro que não vou falar de todos, vou me limitar a falar dos que eu conheço e recomendo.


O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) alberga a mais completa coleção pública do País de pintura, escultura, artes decorativas – portuguesas, europeias e da Expansão –, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como “tesouros nacionais”. Entre elas, destacam-se os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, obra-prima da pintura europeia do século XV, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I e datada de 1506, os Biombos Namban, final do século XVI, onde se regista a presença dos portugueses no Japão, as Tentações de Santo Antão, de Bosch, exemplo máximo da pintura flamenga do início do século XVI, São Jerónimo, de Dürer, inovadora representação do santo, e importantes obras de Memling, Rafael, Cranach ou Piero della Francesca. 
Instalado no Palácio dos Condes de Alvor, em Santos, o MNAA e o seu jardim (com restaurante e esplanada) gozam de uma excecional vista sobre o Rio Tejo e o porto de Lisboa. 


O Palácio Nacional da Ajuda, edifício neoclássico da primeira metade do séc. XIX, da autoria de Francisco Xavier Fabri e José da Costa Silva, foi residência oficial da família real portuguesa, desde o reinado de D. Luís I (1861-1889) até 1910, ano em que foi encerrado após a proclamação da república. Aberto ao público como museu em 1968, é especialmente expressivo como residência real da época, revelando ambientes oitocentistas e importantes colecções de artes decorativas dos séculos XVIII e XIX: dos têxteis ao mobiliário passando pela ourivesaria, e cerâmica, bem como de pintura, escultura e fotografia. A Presidência da República realiza aqui algumas das mais importantes cerimónias de Estado.

Colecção de Arte Contemporânea Portuguesa de 1850 à actualidade (pintura, escultura, desenho, vídeo, fotografia, instalação). 
O Museu do Chiado dá especial relevo às exposições temporárias que se centram em retrospectiva de artistas proeminentes do séc. XX português, bem como de protagonistas da contemporaneidade. A colecção do Museu é regularmente apresentada por segmentos temáticos ou cronológicos em abordagens renovadas. 


O Museu Nacional dos Coches, conjuntamente com o anexo de Vila Viçosa, alberga a melhor colecção, a nível internacional, de veículos de aparato dos séculos XVII a XIX. O acervo inclui coches, berlindas, coupés, liteiras, cadeirinhas, carrinhos de passeio, seges, carruagens, landaus, caléches, clarences, victorias, milords, e ainda veículos de campo como char-à-bancs, carros de caça, breques e charrettes. Possui também dois velocípedes e uma mala posta. Completam a colecção quadros a óleo da dinastia de Bragança, arreios e acessórios de tiro e cavalaria, fardamentos, armaria e instrumentos musicais. 

O Museu de Arte Popular (MAP) foi o primeiro museu português a apresentar uma museografia integralmente moderna, ocupando um singular estatuto enquanto testemunho da história da estética europeia da 1ª metade do século XX. O MAP encerra um discurso expositivo muito próprio, do qual se destaca o design modernista, as soluções cenográficas, o diverso mobiliário expositivo e a decoração mural em todas as suas salas.

O Museu Nacional do Traje reúne uma coleção de indumentária histórica desde o séc. XVIII até à atualidade, apresentada ao público numa exposição permanente que se caracteriza pela rotação das peças dos diversos períodos históricos e estilos ou tendências. Coleções ao Pormenor é uma linha de exposições temporárias que apresenta núcleos da coleção ou explora temáticas diversas. 
Está instalado no Palácio Angeja-Palmela, numa antiga quinta de recreio lisboeta e o seu jardim – o parque botânico de Monteiro-Mor.

A Casa Fernando Pessoa, centro cultural que realiza exposições de artes plásticas, colóquios, workshops e espectáculos, dotado de uma biblioteca pública especializada em Poesia, situado em Campo de Ourique, no prédio onde o autor de “Livro do Desassossego” morou durante os seus últimos quinze anos de vida.

CCB – Centro Cultural de Belém 
O Centro Cultural de Belém é gerido por uma Fundação de direito privado e utilidade pública que tem por objectivo a promoção da cultura, desenvolvendo a criação e a difusão em todas as suas modalidades, do teatro à dança, da música clássica ao jazz, da ópera ao cinema. Como actividade complementar, o CCB oferece-se também como um centro para a realização de conferências e reuniões profissionais.

E dentro do CCB existe o Museu Coleção Berardo 
A Coleção Berardo, reconhecida internacionalmente pelo valor das suas obras de referência, permite um acompanhamento dos principais movimentos artísticos do século XX. A representação de mais de setenta tendências artísticas, num acervo de mais de novecentas obras, demonstra o forte cariz museológico e didático desta coleção. Não sendo uma coleção estática (aquisições recentes permitem tanto uma atualização como a supressão de lacunas) possibilita leituras diferentes e atualizadas sobre o estado da arte contemporânea

Fundação Amália Rodrigres 
A casa amarela que fica no nº 193 na Rua de São Bento, em Lisboa, é uma casa carregada de história. Foi lá que Amália Rodrigues viveu meio século. As memórias que guarda fazem agora parte do imaginário colectivo. Os grandes ramos de flores que ofereciam à fadista continuam a chegar. E, não obstante as pequenas remodelações efectuadas pela Fundação Amália, "quase tudo está como a dona da casa deixou", diz Madalena Braz Teixeira, directora do Museu do Traje, a quem coube a tarefa de orientar a transformação da casa em museu.
A Casa-Museu permite ao visitante re-viver o ambiente em que Amália vivia e como viva. A sala de estar permite percepcionar os longos serões entre amigos, envoltos em Fado, muito Fado.

A Fundação Calouste Gulbenkian é uma instituição portuguesa de direito privado e utilidade pública, cujos fins estatutários são aArte, a Beneficência, a Ciência e a Educação. Criada por disposição testamentária de Calouste Sarkis Gulbenkian, os seus estatutos foram aprovados pelo Estado Português a 18 de Julho de 1956.

Com mais de 50 anos de existência, a Fundação Calouste Gulbenkian é uma das mais importantes fundações europeias, desenvolvendo uma vasta atividade em Portugal e no estrangeiro através de projetos próprios, ou em parceria com outras entidades, e através da atribuição de subsídios e bolsas. A Fundação tem delegações em Paris e em Londres, cidades onde Calouste Gulbenkian viveu.

A ideia de abrir em Lisboa um museu dedicado ao Oriente coincide com a instituição da Fundação Oriente, em 1988. Seguindo uma velha tradição portuguesa, a Fundação deixou-se desde sempre guiar pela sua vocação de construir vínculos entre as civilizações do Ocidente e do Oriente, que se tornaram indispensáveis para garantir um futuro de paz no século XXI. O seu legado é o espírito dos Portugueses antigos, os navegadores que inventaram a unidade do mundo. O seu propósito foi e é o de garantir a actualidade dessa visão extraordinária, que continua a ser posta à prova todos os dias.

O Museu do Oriente traduz esse desígnio. As suas colecções de arte portuguesa e asiática são a demonstração mais elevada dos encontros históricos entre o Ocidente e o Oriente. No mesmo sentido, as colecções que reúnem as tradições culturais da Ásia inteira são a demonstração da sua riqueza, da sua pluralidade e do seu génio, que queremos possa ser melhor conhecido em Portugal e na Europa.

A abertura do Museu do Oriente, em 2008, marcou um novo ciclo na vida da Fundação. Os princípios que determinaram a sua criação mantêm-se, como se mantém a vontade de bem servir Portugal e a vocação de contribuir para o encontro entre Ocidente e Oriente e para uma relação entre civilizações em que o conhecimento, a arte e também as relações económicas substituam a ignorância, o fanatismo e a guerra.

A ressurgência internacional da China e da Índia e a importância crucial das relações de Portugal e da Europa com a nova Ásia são hoje uma manifesta realidade. E se a diplomacia e as relações económicas são essenciais, elas terão, porém, de assentar, tal como no passado, nas artes, nas ciências e na cultura, que podem representar formas duradouras de convergência entre as grandes civilizações.


Bem por hoje é só mas prometo voltar ainda essa semana com mais lugares mágicos de Lisboa...