A idéia
destas presumíveis sete colinas poderia vir dosRomanos, que viam em
Felicitas Julia ou Olisipo uma estrutura geográfica semelhante à da capital doimpério
Romano. A lenda refere que Roma, quando foi fundada, era rodeada por
Sete Colinas, a saber:Campidoglio,Quirinale,Viminale,Esquilino,Celio,AventinoePalatino.
Mas independentemente desta proveniência lendária
popular foi Frei Nicolau de Oliveira empenhado em arranjar um paralelo
apressado com a cidade de Roma que as referiu pela primeira vez noséculo XVII.
Com o crescimento urbano, estendeu-se a outras elevações e, noséculo XVI,Damião de Góisjá
a descrevia espalhada por cinco colinas: Esperança, São Roque, Sant'Ana,
Senhora do Monte (ouSanta Catarina do Monte Sínai) e Castelo
(ouSão Jorge).
Hoje naturalmente que a cidade ocupa muitas mais e nem aquelas na altura eram
bem sete, por exemplo, a colina da Graça foiesquecida por
Frei Nicolau, uma vez que chegando aLisboapelo mar, é encoberta pela do Castelo,
com essa daria oito colinas mas a mesma impossibilitava a imitação ou a
similaridade comRomae era mais conveniente imitá-la.
Outro facto é que as Colinas deSanta Catarina do Monte Sinaie Chagas, até1597, tratava-se de apenas
um monte, o chamado Pico de Belveder, que até tinha uma célebre povoação, que
mais tarde foi inserida na malha urbana de Lisboa, mas nesse ano verificou-se
uma derrocada de terras devido ao terramoto desse ano, que cavou a depressão e
onde hoje se estende oElevador da
Bica, dando origem no vale à urbanização daBica, criando-se assim as
duas colinas atuais. Sem este acidente, vinte e três anos depois Frei Nicolau
teria tido algumas dificuldades em encontrar sete colinas visíveis do estuário
dorio Tejo.
Definindo
as Colinas
Colina de São Jorge, também chamada doCastelo, é a colina mais alta dassete(na realidade é a colina da Graça que
é contínua a esta que é a mais alta colina de Lisboa, mas foi como vimos
esquecida pelo autor desta lenda) e é onde fica o atualCastelo de São Jorgee onde se pensa que apareceu o
primeiro povoado que deu origem a Lisboa, nesta colina e por baixo do Castelo
apareceram vestígios doOppidumRomano
(sendo por esse motivo a parte central do antigomunicipiumRomano), sabe-se que oalcácerárabe estava aí instalado e foi aí que
se construiu o castelo do tempo daReconquistaque ainda hoje existe. A sua área
geográfica abrange atualmente os bairros daMouraria, doCasteloe parte do deAlfama(sudeste).
Colina de São Vicenteonde fica o atualBairro de Alfamae oConvento de São Vicente de Fora.
Colina de Sant'Ana, onde ficava o Mosteiro das freiras Dominicanas de Nossa Senhora da
Anunciada, o nome destas passou ao local e à rua que junto dele seguia estas
instalaram-se no local em1539depois dos frades
Agostinhos o cederem por troca às freiras que se transferiram para este local
da sua primitiva fundação na Costa do Castelo, local onde agora fica o Largo da
Anunciada, mesmo no topo da colina. Esta Colina localiza-se a Oeste do Castelo
de São Jorge, tendo constituído umesporãoentre a Ribeira de Valverde a poente e
a Ribeira de Arroios a nascente, que na sua confluência o delimitavam a sul,
equivalendo grosso modo à área atualmente definida pela Rua de São José/Rua
das Portas de Santo Antão, Rua da Palma/Largo doMartim MonizePraça da Figueira.
Colina de Santo André, conta-se queD. Afonso Henriquesaproveitando as qualidades
estratégicas da região e aqui instalou, em1147, as suas tropas para
atacarem a cidade, com o terramoto de1551que fez sair muitos
moradores da cidade antiga estes escolheram as colinas da Graça e de Santo
André por serem muito altas (na realidade os fatos também se referem à colina
da Graça que é continua a esta), e na altura menos ocupadas e de "melhores
ares", assim, famílias nobres instalam-se na região e adquiram quintas
onde construíram casas de campo, mais tarde essas casas dão lugar a grandes
palácios que se localizam sobretudo ao longo das calçadas da Graça e Santo
André e ainda no Largo da Graça.
Colina das Chagascujo nome é atribuído por causa da Igreja que nele
edificaram os marinheiros darota da Índiaem louvor às Chagas de Cristo,
corresponde atualmente à área que se situa o Largo do Carmo e área envolvente.
Colina de Santa Catarinaque vai atualmente do LargoCamõesaté
à Calçada do Combro.
Colina de São Roquetambém confundida por uns como a colina de São Pedro
de Alcântara que nunca existiu pois essa designação é de uma Rua e de um Jardim
com um nome bem recente, na mesma situa-se o Miradouro de São Pedro de
Alcântara, fonte talvez da confusão, nesta está situada atualmente oBairro Alto.
E com
tantas colinas temos pontos “escondidos” privilegiados de observação da cidade,
que aqui chamam-se MIRADOUROS. Selecionei os 12 mais espetaculares, na minha
opinião ;) Mas atenção!!!! Quando estiver em Lisboa ande com os olhos bem abertos, pois há sempre surpresas no caminho... Quando menos se espera do alto de uma
viela vê se o majestoso Rio Tejo.
Portas
do Sol
Situado perto do castelo, este terraço oferece as melhores
vistas dignas de um postal ilustrado de Lisboa. Também
tiram-se daqui as melhores fotografias, vendo-se o rio e as cúpulas e telhados
do bairro mais antigo da cidade.
Graça
Este parece ser o miradouro preferido dos artistas que pintam
a cidade. Com um
quiosque e vista para o castelo, é também um ponto de encontro, misturando
lisboetas e turistas.
São Pedro de Alcântara
Este jardim no topo de uma colina virada para a do castelo
permite admirar toda a Baixa até ao rio. É
também um dos locais mais românticos da cidade.
Parque Eduardo VII
A Baixa construída entre duas colinas pode ser admirada do
topo deste parque que parece descer até ao rio. Com vista do castelo e do Tejo,
é um local perfeito para fotografias.
Senhora do Monte
Daqui tem-se um panorama de toda a cidade, mas parece ser um
local ainda pouco conhecido. A única companhia que se costuma ter aqui é a de
um ou dois casais de namorados.
Elevador de Santa Justa
Do topo deste monumento tem-se uma vista espetacular do
centro da cidade. Ninguém que visita Lisboa deve deixar de passar por aqui, a
não ser aqueles que sofrem de vertigens, pois aqui tem-se a sensação de estar a
flutuar sobre a cidade.
Santa Catarina
O porto de Lisboa e a Ponte 25 de Abril são vistos desde este
terraço, onde se pode fazer uma pausa e observar os cruzeiros a passar.
Mosteiro de São Vicente de Fora
Muita gente desconhece que do topo deste mosteiro tem-se uma
vista fantástica de Lisboa. O Panteão Nacional encontra-se logo ao lado, e pode
admirar-se também todo o bairro de Alfama e a Ponte 25 de Abril.
Padrão dos Descobrimentos
Os principais monumentos de Lisboa podem ser admirados do
topo deste, situado no local de onde partiu Vasco da Gama para a sua viagem até
à Índia. Olhe
para baixo e veja os turistas a caminhar sobre o mundo (um mapa ilustrado no
chão que mostra as rotas dos descobridores portugueses).
Santa Luzia
O mar de telhas de Alfama descendo até ao rio é o que se vê
deste terraço encantador, sempre cheio de turistas a fotografar.
Castelo de São Jorge
O Castelo
de São Jorge oferece uma vista privilegiada e muito completa da cidade.
Deslizando os olhos pela Costa do Castelo, passamos pelos telhados da Mouraria
até ao Martim Moniz. A contemplação pode prosseguir pela colina de Santana,
pela Baixa e subir a São Roque, onde espreitam as ruínas do Convento do Carmo e
o arvoredo do miradouro fronteiro de São Pedro de Alcântara. Percorrendo os
telhados e as ruas estreitas e sinuosas de Alfama, passando pela Sé, os olhos
avançam em direção ao rio Tejo. Para Norte, avistamos as novas áreas da
cidade, com avenidas largas e prédios de construção mais recente.
Mercado Chão de Loureiro
O
miradouro localiza-se no antigo Mercado do Chão Loureiro que foi recentemente
recuperado num moderno parque de estacionamento. A cobertura oferece a todos os
visitantes uma das melhores vistas sobre a baixa pombalina. É possível subir no
elevador ou pelas escadas que o envolvem. Um ótimo local de passagem na
caminhada pelo bairro da colina do Castelo.
Bom fim de semana! E eu por cá continuo nas descobertas... semana que vem tem mais postagem. Beijos para os de cá e os de lá :)
Sou filha de portugueses, meu pai era Açoreano e
minha mãe é Transmontana. Essa talvez seja a frase que mais repeti nestes
últimos anos, desde que me mudei pra Portugal! É engraçado como sempre é
preciso justificar a mudança pra Portugal, como se aqui não houvessem encantos,
e que a propósito são muitos mais doque aqueles que eu pensava conhecer! Bem
vamos lá ver se consigo organizar essa minha cabeça e contar um pouco de como
tudo começou e a cada dia mais me apaixono por Portugal, sua gente, sua
cultura, gastronomia, vinhos, cores e cheiros. Agora você deve estar se
perguntando, tudo né? Sim tudo! Portugal tem uma magia única e não só por eu
estar ligada a terra com minhas raízes, pois cada vez mais vejo pessoas do
mundo inteiro a cair de amores por Portugal. Portugal acolhe muito bem todos que por cá passam e ficam. Vim por alguns motivos e a verdade é que os
motivos mudaram mas a vontade de ficar só aumenta. Então foi assim...
Desde de muito pequena que vinha sempre com meus
pais passar férias em Portugal, mesmo porque tinha meus avós maternos aqui e
vinhamos visitar os velhinhos com frequência, numa aldeia chamada Urros, lá os
meus avós trabalhavam na terra plantando oliveiras e amendoeiras..., detalhes a
parte senão isso vira um livro. Criei vínculos de afeto com essa terra desde
muito cedo e tinham sempre visitas a várias cidades, museus, monumentos e
história, pois meus pais sendo imigrantes no Brasil tinham orgulho da sua terra
mãe e passavam-nos esse encantamento e amor por Portugal. Cresci e fiz a minha
vida no Brasil mas sempre com o sentido de me mudar pra Portugal! Quando
derrepente me encho de coragem, faço malas, arrumo a bagagem e venho com tudo,
venho no impeto de viver um grande amor!!! Venho com tudo no sentido de vir sem
medo, sem olhar pra trás na certeza que seria feliz aqui, mesmo contrariando
várias opiniões, afinal já conhecia Portugal e a sua gente. Preciso vos
confessar uma coisa, não conhecia nada! Tive várias surpresas desagradáveis,
como por exemplo a confiança que já havia nos amigos de cá de longa data e em
algumas pessoas que tem o péssimo mau gosto de ter preconceito, sim preconceito
contra os brasileiros, mas esses detalhes foram pequenos, foram como pequenas
pedras que me deparei na jornada de boas surpresas que fiz e continuo a
fazer a cada dia que acordo aqui! Construí uma vida feliz cercada de novos e bons amigos
que me protegem e me ajudam a seguir
longe da família que tanto amo. Ah! Sim nem tudo são flores, há dias que
queria apenas sentir o cheirinho dos meus sobrinhos e da casa da minha mãe. E
que infelizmente mesmo com toda a tecnologia de skypes, vibers, facetime,
whatsapp ainda não é possível sentir cheiros e nem o toque da pele. Há também os meus queridos irmãos, cunhada e amigos
que estão longe de mim, mas vamos nos falando e nos vendo sempre que possível. Como
brasileira também foi bom ver o meu país de fora e aprender a valorizar muitas
coisas que quando estamos ai sentados em berço esplendido nem nos damos conta
da grandiosidade da nossa terra e do nosso povo! SOU BRASILEIRA SIM E ME
ORGULHO MUITO DISSO... Mas também sou Portuguesa, afinal tenho passaporte e cartão do cidadão. Mas não
são esses documentos que me fazem portuguesa, o que me faz ser portuguesa é o
amor que tenho por essa terra. É a alegria de estar aqui e aprender a cada dia
uma coisa nova. A mudanças das estações aqui são mesmo sentidas e demarcadas.
As cores mudam com as estações e com elas mudam também os cheiros e minha
alergia, pois é descobri que sou alérgica a muitos polens. Aqui quando se encontra com alguém e falamos o tipico "Olá Como Vai?", muitas vezes escuto a resposta com um triste tom- "Ah! Olha vai se andando". Alguns dizem que é caracteristica do povo português ser triste e deprimido, coisa que não concordo nem um pouco. E há outros que dizem que é pra não se invejar a vida alheia! Singularidades da minha gente de cá! Ah! Aqui nem pense em dar parabéns ou festejar antes da data do aniversário... É quase uma ofensa e desejo de mau presságio Singularidades da minha gente de cá! Tenho um amigo que diz que o povo que era otimista aqui em Portugal cruzou o oceano com D.João e foi pro Brasil e os pessimistas ficaram aqui no cais a pensar "malucos uma viagem tao grande e o que será que vamos encontrar lá na outra banda?" Índios.... Singularidades da minha gente de cá! Deixa lá disso, o povo português ama festa e beber um copo! Celebrar a vida e a sua cultura, é raro um fim de semana sem festa em alguma terra por esse país. Povo animado, festeiro que adora dançar e cantar, e não apenas cantar o Fado, ui onde fui agora? Ao Fado história de um povo...
O fado é um estilo musical português. Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) e acompanhado por guitarra clássica(nos meios fadistas denominadaviola) e guitarra portuguesa. O fado foi elevado à categoria de Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO
Dei inicio a uma nova vida e nesta vida inclui
estudos na minha área de atuação, e descubro que a língua portuguesa é difícil.
Como a lógica lusitana as vezes não faz sentido ao nosso português despachado,
objetivo e direto! Costumo dizer que aqui não falamos a mesma língua J Alguns ditados populares de cá!
" Apanha-se mais depressa um mentiroso, do que um coxo. "
" Deus da a chaga, mas também da a mezinha. "
" Gato escondido, com o rabo de fora. "
" Quem nasceu para lagartixa, nunca chega a jacaré. "
" Não faças aos outros, o que não gostarias que te fizessem a ti. "
" A ganhar se perde, e a perder se ganha. "
" A mulher, sem por o pé, faz pegada. "
" A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima. "
" Amigo disfarçado, inimigo dobrado. "
" Burro velho não toma andadura, e se a toma, pouco dura. "
" Como fizeres, assim acharas. "
" Contra fatos, não há argumentos. "
" Quando é de morte o mal, não há médico para curar tal. "
" Quem abana, nem sempre cai. "
“Bem mal ceia quem come de mão alheia.”“Não gozes com o mal do teu vizinho, porque o teu vem a caminho.”“Assim como vive o Rei, vivem os vassalos.” Já perceberam o turbilhão que anda a minha cabeça! Demorei tanto pra começar a escrever que agora surge tudo ao mesmo tempo, mas com calam e sem muitas criticas chegamos lá e consigo contar tudinho pra vocês!
O que eu quero com isso
tudo é dividir com vocês um pouco das descobertas que fiz e ainda faço em Portugal ao longo desdes anos! Quem me conhece sabe que sou um pouco atrapalhada e quero falar tudo ao mesmo, então perdão se me enrolar aqui um pouco e meter os pés pelas mãos. Mas o que importa mesmo é dar a conhecer aos meus amigos o País que estou vivendo e amando descobrir, cada esquina, cada segredo, cada sabor e cor. Vou começar por Lisboa, pois tenho muita coisa pra mostrar e dividir com vocês, mesmo sendo um país pequenino tem muito que se lhe diga!
Um pouco da história de Lisboa
Segundo a lenda, Lisboa foi fundada por
Ulisses. O nome deriva de "Olissipo", palavra que, por sua vez, tem a
sua origem nas palavras fenícias "Allis Ubbo', que significam "porto
encantador". O mais provável é Lisboa ter sido fundada
pelos Fenícios e construída ao estilo mourisco, bem patente nas fortes
influências árabes. Aliás, a cidade foi controlada pelos Mouros durante 450
anos. No século XII, os Cristãos reconquistaram Lisboa, embora só em meados do
século XIII é que esta se tornou a capital do país. No início da Época dos Descobrimentos, Lisboa
enriqueceu ao tornar-se um importante centro para o comércio de jóias e
especiarias. Porém, o grande passo em frente da expansão
portuguesa chegou em 1498, quando Vasco da Gama descobriu o Caminho Marítimo
para a Índia. Foi esse efectivamente o começo da Época de Ouro da cidade,
caracterizada pelo estilo Manuelino na arquitectura, nome que advém do monarca
da época, D. Manuel I, e que se caracteriza tipicamente pela utilização de
motivos marítimos na sua decoração. Ao longo dos séculos, Lisboa cresceu e foi
mudando naturalmente. Mais tarde, quando o centro da cidade foi destruído quase
por completo pelo Terramoto de 1755, foi o Marquês de Pombal que se encarregou
da sua reconstrução, criando assim a chamada Baixa Pombalina, uma área
comercial que ainda hoje mantém a maior parte da sua traça original. Lisboa é uma capital histórica, um potpourri
com um carácter e um encanto fora do comum, onde 800 anos de influências
culturais diversificadas se misturam com as mais modernas tendências e estilos
de vida, criando contrastes verdadeiramente espectaculares. Centro Histórico um tour geral! Situados na sua maior parte no centro de
Lisboa, os bairros históricos são destino obrigatório para quem se desloque à
capital de Portugal. Pela cultura, pela história, pela arquitectura, pelas
pessoas ou simplesmente para passear descontraidamente, é imperativo
descobri-los. Fazendo parte estrutural da identidade lisboeta, estes bairros
proporcionam, a quem os descobre, traçar um verdadeiro mapa pessoal. As
possibilidades são imensas. Não as deixe passar ao lado.
O Bairro Alto é um dos bairros mais paradigmáticos e atraentes para viver a
cidade. Típico e popular, o Bairro Alto possui imensos rasgos de modernidade,
com lojas de roupa e de design e bares, muito bares. O encontro de pessoas, num
ambiente ecléctico e multicultural, é uma das boas razões para passear pelo
bairro. Calcá-lo, descobrir todas as ruas, as ruelas e os becos, é
imprescindível. Bons restaurantes lado a lado com livrarias intimistas, em que
sempre acontecem coisas, casas de chá emparelhadas com lojas de design e lojas
de roupa de alguns dos mais conceituados artistas portugueses. É um bairro
apaixonante, cheio de atracções, combinando arrojo e sofisticação com tradição
e antiguidade. Passear no Bairro Alto é um acto irrepetível em qualquer outro
ponto da cidade.
Depois do Bairro Alto, desça pelo Chiado, onde encontrará um ambiente ainda
mais sofisticado. Ponto de encontro de jovens, artistas e intelectuais, o
Chiado é a zona dos cafés emblemáticos, como “A Brasileira”, das escolas de
arte, dos teatros e da história viva. Para além da beleza do local, são as
pessoas que o fazem, com a sua actividade e atitude positiva.
A zona do Carmo, vizinha do Chiado, tem alguns pontos fascinantes da história
da cidade, como o Convento e a Igreja do Carmo, que mantém a elegância e a
imponência. Aí poderá visitar as ruínas, mas também o Museu Arqueológico do
Carmo, que inclui um espólio de peças pré-históricas, romanas, medievais,
manuelinas, renascentistas e barrocas. O Largo do Carmo é também um local
emblemático da história nacional recente, tendo sido palco privilegiado da
revolução dos cravos, em 25 de Abril de 1974.
A ligação entre o Carmo e a Baixa é feita através de outro monumento
fundamental da cidade, o irresistível Elevador de Santa Justa. No topo
deparamo-nos com uma belíssima vista sobre a Baixa Pombalina. Não perca a
oportunidade de descer ou subir por este elevador centenário, o único elevador
vertical que presta um serviço público e que foi concebido por um discípulo de
Gustave Eiffel, mantendo por isso um estilo arquitectónico peculiar.
Já na Baixa, por tradição o centro comercial da cidade, encontrará um forte
pólo de concentração de lojas e um local único para passear. Um acolhimento
personalizado torna as compras ainda mais prazenteiras. A Rua Augusta é a
artéria principal da Baixa Pombalina, unindo o Terreiro do Paço, aberto para o
rio e símbolo de poder, à belíssima Praça do Rossio (D. Pedro IV).
Acima do Rossio, descubra a Avenida da Liberdade. Um passeio naquela que já
foi, em pleno século XIX, o “Passeio Público” da cidade e onde as elites se
juntavam para caminhar diletantemente. Hoje, encontram-se na Avenida as lojas
de grandes marcas, onde se realizam as compras mais cosmopolitas e mais
internacionais da cidade.
Se foi no Castelo que tudo começou, a história encontra-se em toda a cidade.
Com mil anos de história, Lisboa está repleta de monumentos de grande
importância, que traduzem alguns dos momentos mais fundamentais da história
nacional. Capital de Império, Lisboa teve o seu expoente máximo de riqueza na
época dos Descobrimentos, assegurando um património único de uma beleza rara.
Bem perto do Castelo, na Graça, encontra-se a Igreja e Mosteiro de S.Vicente de
Fora, um dos mais imponentes e notáveis monumentos religiosos da cidade.
Construído logo a seguir à conquista da cidade aos mouros, foi o resultado de
um voto do rei D.Afonso Henriques a S.Vicente durante o cerco à cidade em 1147.
Bem perto, podemos dar de caras, se for terça-feira ou sábado, como uma das
mais populares e concorridas feiras da cidade, a Feira da Ladra. Com tudo e
mais alguma coisa, descobrem-se as coisas mais inúteis e velhas, mas a maior
parte das vezes irresistíveis, assim como antiguidades preciosas. É um
verdadeiro passeio cultural.
Descendo até Santa Apolónia e percorrendo essa zona ribeirinha, encontramos um
original edifício, a Casa dos Bicos (século XVI). Os tais bicos que lhe dão o
nome vêm da sua fachada talhada em ponta de diamante. À peculiaridade estética
do edifício, com influências italianas aliadas a elementos de estilo manuelino,
junta se a importância histórica de ter pertencido a Afonso de Albuquerque,
vice-rei da Índia, e por terem sido encontrados vestígios arqueológicos
romanos.
Vamos a isso, vou começar pelos museus e
palácios que me impressionam pela quantidade e qualidade!
E claro que não vou falar de todos, vou me limitar a
falar dos que eu conheço e recomendo.
O Museu Nacional de Arte Antiga
(MNAA) alberga a mais completa coleção pública do País de pintura, escultura,
artes decorativas – portuguesas, europeias e da Expansão –, desde a Idade Média
até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como
“tesouros nacionais”. Entre elas, destacam-se os Painéis de São Vicente, de
Nuno Gonçalves, obra-prima da pintura europeia do século XV, a Custódia de
Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I e datada de 1506, os
Biombos Namban, final do século XVI, onde se regista a presença dos portugueses
no Japão, as Tentações de Santo Antão, de Bosch, exemplo máximo da pintura
flamenga do início do século XVI, São Jerónimo, de Dürer, inovadora
representação do santo, e importantes obras de Memling, Rafael, Cranach ou
Piero della Francesca. Instalado no
Palácio dos Condes de Alvor, em Santos, o MNAA e o seu jardim (com restaurante
e esplanada) gozam de uma excecional vista sobre o Rio Tejo e o porto de
Lisboa.
O Palácio Nacional da Ajuda,
edifício neoclássico da primeira metade do séc. XIX, da autoria de Francisco
Xavier Fabri e José da Costa Silva, foi residência oficial da família real
portuguesa, desde o reinado de D. Luís I (1861-1889) até 1910, ano em que foi
encerrado após a proclamação da república. Aberto ao público como museu em 1968,
é especialmente expressivo como residência real da época, revelando ambientes
oitocentistas e importantes colecções de artes decorativas dos séculos XVIII e
XIX: dos têxteis ao mobiliário passando pela ourivesaria, e cerâmica, bem como
de pintura, escultura e fotografia. A Presidência da República realiza aqui
algumas das mais importantes cerimónias de Estado.
Colecção de Arte Contemporânea
Portuguesa de 1850 à actualidade (pintura, escultura, desenho, vídeo,
fotografia, instalação). O Museu do Chiado
dá especial relevo às exposições temporárias que se centram em retrospectiva de
artistas proeminentes do séc. XX português, bem como de protagonistas da
contemporaneidade. A colecção do Museu é regularmente apresentada por segmentos
temáticos ou cronológicos em abordagens renovadas.
O Museu Nacional dos Coches,
conjuntamente com o anexo de Vila Viçosa, alberga a melhor colecção, a nível
internacional, de veículos de aparato dos séculos XVII a XIX. O acervo inclui
coches, berlindas, coupés, liteiras, cadeirinhas, carrinhos de passeio, seges,
carruagens, landaus, caléches, clarences, victorias, milords, e ainda veículos
de campo como char-à-bancs, carros de caça, breques e charrettes. Possui também
dois velocípedes e uma mala posta. Completam a colecção quadros a óleo da
dinastia de Bragança, arreios e acessórios de tiro e cavalaria, fardamentos,
armaria e instrumentos musicais.
O Museu de Arte Popular (MAP) foi
o primeiro museu português a apresentar uma museografia integralmente moderna,
ocupando um singular estatuto enquanto testemunho da história da estética
europeia da 1ª metade do século XX. O MAP encerra um discurso expositivo muito
próprio, do qual se destaca o design modernista, as soluções cenográficas, o
diverso mobiliário expositivo e a decoração mural em todas as suas salas.
O Museu Nacional do Traje reúne
uma coleção de indumentária histórica desde o séc. XVIII até à atualidade,
apresentada ao público numa exposição permanente que se caracteriza pela
rotação das peças dos diversos períodos históricos e estilos ou tendências.
Coleções ao Pormenor é uma linha de exposições temporárias que apresenta
núcleos da coleção ou explora temáticas diversas. Está instalado no
Palácio Angeja-Palmela, numa antiga quinta de recreio lisboeta e o seu jardim –
o parque botânico de Monteiro-Mor.
A Casa Fernando Pessoa, centro cultural que realiza
exposições de artes plásticas, colóquios, workshops e espectáculos, dotado de
uma biblioteca pública especializada em Poesia, situado em Campo de Ourique, no
prédio onde o autor de “Livro do Desassossego” morou durante os seus últimos
quinze anos de vida.
O Centro Cultural de Belém é gerido
por uma Fundação de direito privado e utilidade pública que tem
por objectivo a promoção da cultura, desenvolvendo a criação e a difusão
em todas as suas modalidades, do teatro à dança, da música clássica ao jazz, da
ópera ao cinema. Como actividade complementar, o CCB oferece-se também como um
centro para a realização de conferências e reuniões profissionais.
A Coleção Berardo, reconhecida
internacionalmente pelo valor das suas obras de referência, permite um acompanhamento
dos principais movimentos artísticos do século XX. A representação de mais de
setenta tendências artísticas, num acervo de mais de novecentas obras,
demonstra o forte cariz museológico e didático desta coleção. Não sendo uma
coleção estática (aquisições recentes permitem tanto uma atualização como a
supressão de lacunas) possibilita leituras diferentes e atualizadas sobre o
estado da arte contemporânea
Fundação Amália Rodrigres A casa amarela que fica no nº 193 na
Rua de São Bento, em Lisboa, é uma casa carregada de história. Foi lá que
Amália Rodrigues viveu meio século. As memórias que guarda fazem agora parte do imaginário
colectivo. Os grandes ramos de flores que ofereciam à fadista continuam a
chegar. E, não obstante as pequenas remodelações efectuadas pela Fundação
Amália, "quase tudo está como a dona da casa deixou", diz Madalena
Braz Teixeira, directora do Museu do Traje, a quem coube a tarefa de orientar a
transformação da casa em museu. A Casa-Museu permite ao visitante re-viver o ambiente
em que Amália vivia e como viva. A sala de estar permite percepcionar os longos
serões entre amigos, envoltos em Fado, muito Fado.
A Fundação Calouste Gulbenkian é
uma instituição portuguesa de direito privado e utilidade pública, cujos fins estatutários
são aArte, aBeneficência, aCiênciae aEducação. Criada por disposição testamentária de Calouste Sarkis
Gulbenkian, os seus estatutos foram aprovados pelo Estado Português a 18 de
Julho de 1956.
Com mais de 50 anos
de existência, a Fundação Calouste Gulbenkian é uma das mais importantes
fundações europeias, desenvolvendo uma vasta atividade em Portugal e no
estrangeiro através de projetos próprios, ou em parceria com outras entidades,
e através da atribuição de subsídios e bolsas. A Fundação tem delegações em
Paris e em Londres, cidades onde Calouste Gulbenkian viveu.
A ideia
de abrir em Lisboa um museu dedicado ao Oriente coincide com a instituição da
Fundação Oriente, em 1988. Seguindo uma velha tradição portuguesa, a Fundação
deixou-se desde sempre guiar pela sua vocação de construir vínculos entre as
civilizações do Ocidente e do Oriente, que se tornaram indispensáveis para
garantir um futuro de paz no século XXI. O seu legado é o espírito dos
Portugueses antigos, os navegadores que inventaram a unidade do mundo. O seu
propósito foi e é o de garantir a actualidade dessa visão extraordinária, que
continua a ser posta à prova todos os dias.
O Museu do Oriente traduz esse desígnio. As suas colecções de arte portuguesa e
asiática são a demonstração mais elevada dos encontros históricos entre o
Ocidente e o Oriente. No mesmo sentido, as colecções que reúnem as tradições
culturais da Ásia inteira são a demonstração da sua riqueza, da sua pluralidade
e do seu génio, que queremos possa ser melhor conhecido em Portugal e na
Europa.
A abertura do Museu do Oriente, em 2008, marcou um novo ciclo na vida da
Fundação. Os princípios que determinaram a sua criação mantêm-se, como se
mantém a vontade de bem servir Portugal e a vocação de contribuir para o
encontro entre Ocidente e Oriente e para uma relação entre civilizações em que o
conhecimento, a arte e também as relações económicas substituam a ignorância, o
fanatismo e a guerra.
A ressurgência internacional da China e da Índia e a importância crucial das
relações de Portugal e da Europa com a nova Ásia são hoje uma manifesta realidade.
E se a diplomacia e as relações económicas são essenciais, elas terão, porém,
de assentar, tal como no passado, nas artes, nas ciências e na cultura, que
podem representar formas duradouras de convergência entre as grandes
civilizações.
Bem por hoje é só mas prometo voltar ainda essa
semana com mais lugares mágicos de Lisboa...